domingo, 20 de novembro de 2016

Quem corre à chuva ... molha-se!



Preciso de treinar. Mais não digo. Só que preciso.
Este fim de semana precisava muito de fazer um treino um pouco mais longo e deixei o tal dia para Domingo. As usual. Domingo soa sempre bem para um treininho mais longo, não há trabalho que me obrigue a correr com tempo e quilómetros contados, não o faço no Sábado porque quando aumento as distâncias fico a modos que com umas pernas esquisitas no próprio dia e no seguinte, assim Sábado limito-me a fazer um treino normal e fico sã para Domingo, fazendo assim dois treinos no fim de semana. Bom, ficou a explicação do Domingo...
Agora vai que... fui forte o suficiente para ver um dia cinzento, com fracas probabilidades de mudar para melhor e segui rumo a Lisboa para uma zona plana (dada à escassez na minha zona) para fazer um treino maior.
Chovia, não a potes mas chovia, estava um tempo agradável para correr, 17 graus dizia o carro e encobertos com direito a umas pingas.
Foi-se fazendo, achei que o tempo para correr até era porreiro, pensei que devia ter ido de impermeável, pensei que era desta que perdia a cabeça e comprava o impermeável da Oysho camuflado, imaginei mil cenários de corrida com o mesmo, o quão perfeito é para estes treinos, com bolsos para o telemóvel e chaves, normalmente nunca levo telemóvel mas quando me quero esticar nos quilómetros prefiro tê-lo não vá o diabo tecê-las e eu perder-me (clássico na minha pessoa)... a mesma forma como divago a escrever é exactamente igual à forma como a minha cabeça divaga durante a corrida.
7km e mais um pouco e lá decidimos (pois o pai veio comigo, coitado) voltar para trás, já chorava interiormente desde os 5,5km para que rapidamente déssemos a volta, mas nada disse, nada reclamei, um esforço enorme e a fazer contas de cabeça, 'Aguenta até aos 7,5km e fazes a birra do dia para voltar para trás, Ficarás com 15km, não é mau... mas... E se aguentares mais 500m que não é nada (porra! 500 metros nestas situações parece-me sempre imenso!) fazes 8+8=16! e é um treino bonzito'.
Vá aguenta e não chora!
Conforme viramos, comecei a fraquejar, um pouco mais devagar, com as minhas dores de joelho a serem mais persistentes, mas nada disse (em voz alta), toda a minha cabeça era uma confusão, um resmungar, uma birra, uns quantos palavrões... Pumba! 
Vuuuuuuu.... Vuuuuuuuuuuuuuuu.... 
Uma chuva impressionante e um vento fortíssimo, automático quando voltámos a correr junto ao rio na volta, mas uma cena impressionante, ouvia-se e sentia-se imenso, ainda por cima em sentido contrário ao meu, senti logo a minha velocidade abrandar, tive que inclinar o meu corpo e baixar a cabeça para que me fosse possível perfurar tal vendaval. 
Chovia. Chovia. Chovia tanto. Houve partes em que quase nem conseguia ver, a água escorria-me para os olhos de uma forma parva. Fogo, os 8km de volta foram um massacre e toda a luta contra a chuva e o vento estavam a fazer-me desregular a respiração, que estava, ao contrário da passada Terça-feira, incrivelmente num estado deveras positivo e controlado.
Aguenta! Aguenta! Faz os 16km!
Nos últimos quilómetros já só sonhava com o carro, um banho quente, um fato de treino quentinho, uma mantinha e um chocolate quente no sofá... ahhh! (Foi quase isso, ao fato de treino espetei-lhe um pijama e ao chocolate quente um cházinho.)
Cheguei ao carro, os joelhos doíam-me e sentia os pés para além de ensopados, queimados! Dito e feito. Tirei uma sapatilha, duas sapatilhas e ... bolhas! Grandes bolhas! Não sei se foram os ténis se foi o facto de ter feito 16km sempre com os pés quase dentro de uma piscina...
A verdade é Quem anda à chuva, molha-se!, agora é mais um Aguenta e não chora!

M.

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