segunda-feira, 29 de maio de 2017

MONSARAZ NATUR TRAIL 2017 – 10K – 26 MARÇO 2017

Fazia um tempão que não corria pelos Trilhos, se já sou uma coxa em estrada vocês conseguem adivinhar como a coisa se dá nos trilhos, para não referir que sou uma trapalhona e tropeço quase sozinha.

Não sei como surgiu, talvez por andarmos a tentar persuadir o meu irmão a fazer desporto, o mínimo possível e o que lhe tem calhado é fazer uma ou outra corrida connosco… entretanto entre o vai - não vai, fomos!

Passámos lá o dia de sábado, demos uma voltinha por Évora e seguimos para Monsaraz onde demos uma volta pelo Castelo, que devo confirmar que tem uma vista incrível e fomos à procura do local para levantar os dorsais. Gosto muito da tshirt, verde e com o meu nome estampado e deram-nos também um porta-dorsais com o meu nome e número de dorsal também estampado, gostei, mas sou ‘gaja’ é normal.

Ora, dia da prova, dia de aniversário do meu irmão, primeira prova oficial do meu irmão… não aconteceu. O miúdo tinha começado a fazer as suas pequenas primeiras corridas fazia uma semana, pouco mais, ora chegou a véspera da prova e ele informa que está cheio de dores no joelho. Não o iríamos forçar, não seria benéfico em nenhum sentido, mas não deixou de ser uma pena.

A coisa prometia chuva, e não era pouca, de início a coisa até parecia estar a dar-se, chuviscou um pouco durante o aquecimento, as provas maiores arrancaram e entretanto lá fomos nós.
Comecei bem, achei que a altimetria teria sido exagerada, óbvio ao quilómetro 1 já ia tudo a andar, uma subida enorme, sob chuva e piso escorregadio, naquelas pedras de xisto (xisto?!)… Podia dizer que a coisa tinha melhorado, mas não, as subidas foram muitas, a chuva era desconfortável, as descidas tinham que ser feitas com especial atenção por causa da chuva, ainda fui de rabo ao chão em algumas mas nada que não se aguente.

Os metros antes do abastecimento foram uma seca, decidiram criar um estilo de obstáculo, por mim tudo bem, mas não foi claramente bem previsto, ora ficámos certa de 15 minutos totalmente parados, para que um a um lá fizesse o obstáculo. Já eu tremia, com a minha falta de força de braços, o que seria, ainda ia eu fazer mais trânsito… Heis que vejo a temível coisa! Era uma subida por uma tábua de madeira, que tinha alguns relevos para o pé ter onde se segurar e ainda o auxílio de uma corda para subir, não fui claramente aquela gaja incrível que faz tudo com uma perna às costas, com execução e movimentos espectaculares e merecedores de público, mas por favor, demorei 5 segundos… Não percebi o drama e o porquê de 15 minutos de espera onde se acumulavam os diferentes grupos e se perdia a vantagem ganha até ao momento.

O resto da prova foi igual para mim, cinzento, seria a minha descrição. Cinzento o céu, Cinzento o meu cérebro, Cinzento o chão… Tudo Cinzento.

O tempo continuou no mesmo registo, de chuva, frio, escuro e as subidas continuavam a não ajudar a façanha de fazer o meu primeiro Trilho oficial, certamente o meu treino não ajudou a tornar a coisa mais agradável, mas fui porque me faz bem e feliz (talvez não no momento, mas depois).

Nem quis acreditar quando chegámos, estava cansada e um tanto ou quanto deprimida, agora só queria esperar pela chegada do meu pai, do Trilho de 22km, dar-lhe força quando chegasse e tirar-lhe umas boas fotos, gosto muito de conseguir tirar-lhe fotos à chegada!

Lá chegou! Sempre que grito por ele, tenho direito a um sorriso de uma ponta à outra, mas eu tinha que ter saído a alguém, ainda bem que foi a este cromo a quem chamo de pai!

A medalha era muito gira, feita em madeira, achei muito original e das mais giras que tenho:



Mais um obstáculo ultrapassado e ainda bem que o meu irmão não foi, acho que se ia desmontar ao fim de uns metros.



M.


P.S. – Como o tempo não estava favorável levei um impermeável, à chegada nem me recordei da questão do dorsal à vista e essas coisas todas que eles chamam à atenção, logo não me contabilizaram nos resultados… Questiono-me se um mero impermeável fará com que o chip também não consiga ser lido….?!

quinta-feira, 25 de maio de 2017

MEIA MARATONA DE LISBOA 2017 - 21K - 19/03/2017

[Começo por dar uma breve nota referente ao severo atraso para as publicações que vão começar a aparecer, estive desligada daqui, mas mais vale tarde do que nunca e... o blog é meu e as publicações seguintes fazem sentido nele e para mim]

3a feita!

Nem sei por onde começar... teve todo um início desastroso como um final, no meio a coisa até estava a correr bem, mas para que não me entusiasmasse e fosse pretensiosa... "Vai buscar!".

O início deu-se obviamente com o caminho até à partida, apanhar o dito comboio em Campolide. 
Uma palavra : catástrofe!
Ora falhei uns 3 comboios, não tenho outra forma de explicar, nem um dedinho era possível colocar naquele comboio.
Bom, ao quarto lá fiquei num lugar estratégico, mesmo em frente à porta e seria das primeiras a entrar, conforme entro fui atropelada por um carrinho de bebé, 2 vezes, ora como os queridos papás acharam que o carro não estava a entrar toca de fazer força e empurrar e a mer#@ do carro a dar-me mesmo ali nas canelas, até que lá soltei um grunhido e fiz uma cara nada amigável e os queridos lá entenderam, não sei.... 

Lá chegamos à paragem e foi toda uma peregrinação, claro que depois é tudo muito engraçado porque para descer para a ponte só dá pela laterais e cria-se um amontoado de pessoas que à primeira vista dá a entender que não anda.

Por esta altura comecei a desesperar com o xixi. Prossegui até à minha Zona, já tinha avistado umas quantas wc do lado da Mini as minhas não estariam longe, mas o certo é que não havia sinal delas, por instantes passei-me e irritei-me mas lá avistei 1, 2, 3, 4 e ... 4. Morri a rir! 4 wc para todo um mundo. Obviamente meti-me na fila e tinha só tipo 30 pessoas à minha frente, ainda aguardei um tempo considerável até olhar para o relógio e ver 15 minutos para a partida. Ignorei a situação e fui ao mato, 10.000 pessoas devem ter visto o meu rabiosque mas eu estava feliz e aliviada, por isso pouco me importava.

Como podem imaginar a linha da partida tem milhões de pessoas, coladinhas umas às outras, todo um calor humano a juntar ao dia de sol espetacular que se estava a pôr. Ia correr nas horas de mais calor, uiii e o que eu me dou bem com o calor para correr.

Partida!
Muitos atropelamentos, muitos encostos, muita gente parva, desculpem a manifestação pouco amigável mas no meio de muita gente boa também há muita gente parva e com zero respeito.
Ora, pisaram-me por trás, cuspiram-me para dentro dos ténis (já me bastava ter feito duas meias a chover a potes, agora a chapinhar porque a moça do lado não sabia cuspir a água para outro lado), levei empurrões, todas aquelas coisas giras que advêm de corridas desta amplitude.

No início durante a fase da ponte (depois de se fazer o 1º quilómetro e começar a correr mais à vontade) a coisa estava a dar-se, ia melhorar o meu tempo, estava a sentir-me bem, fiz 6km abaixo do que costumo fazer, saímos da ponte, demos uma voltinha ali no cais para seguir para a marginal e estava contente, continuava a fazer um tempo inferior ao normal, já tinha 8km, só pensava em como o pai ia ficar orgulhoso, ainda para mais no dia do pai.

O calor apertava, eu continuava a dar o meu máximo e começaram a vir as dores de pernas, burra! então claro a puxar mais do que era normal para mim, o calor tornava-se insuportável, parei em todos os abastecimentos, mandava uma garrafa de água pela cabeça abaixo, molhava bem a cara e os braços, dava sempre uns golinhos e fazia questão de deixar os lábios bem molhados porque normalmente corridas muito longas  deixam-me a boca seca e os lábios começam a colar-se.

A partir daqui as coisas já não estavam a ser maravilhosas e eu não largava o relógio a controlar o ritmo. Ia gradualmente baixando a velocidade e a pensar que já não ia ser um tempo perfeito para mostrar ao pai, as pernas já me estavam a doer e o calor... lá está, acho que comecei acima de tudo a quebrar psicologicamente. 

Heis que ao quilómetro 14 alguém se cola ao mim. Fiz cara esquisita, olhei de lado, reconheci a roupa e jeito de correr... Paizão!!! Veio acompanhar-me para terminar a prova, mas naquela altura já me sentia tão rota, ainda tentei dizer umas quantas coisas e ele obviamente mandou-me calar e focar na corrida.

Não havia hipótese. Parei em todos os abastecimentos, mas todos! Precisava tanto de água na minha vida. E quando digo parei é mesmo, parei. Bebia, molhava-me enquanto andava e não corria. A partir daí ia correndo 2km andava 100m e assim até ao fim, baixei exponencialmente o ritmo e a minha motivação desvaneceu. Senti-me triste porque iniciei a prova de uma forma tão boa que agora terminar de forma pior que as outras duas deixava-me de rastos...

O pai lá esteve, todo aquele tempo a torcer por mim e a fazer de fotógrafo, não cortou a meta comigo porque ele não estava inscrito, foi só acompanhar-me, mas mais do que a meta foi todo o percurso com a presença dele, estou deveras agradecida como de todas as outras vezes. 

Foi um dia do pai diferente !

Ficou feita e isso ninguém me tira.
Se foi com tempo mau?! Diria que cada um faz o que pode e consegue mas espero sinceramente que possa vir a melhorar estes tempos.






M.