quinta-feira, 25 de maio de 2017

MEIA MARATONA DE LISBOA 2017 - 21K - 19/03/2017

[Começo por dar uma breve nota referente ao severo atraso para as publicações que vão começar a aparecer, estive desligada daqui, mas mais vale tarde do que nunca e... o blog é meu e as publicações seguintes fazem sentido nele e para mim]

3a feita!

Nem sei por onde começar... teve todo um início desastroso como um final, no meio a coisa até estava a correr bem, mas para que não me entusiasmasse e fosse pretensiosa... "Vai buscar!".

O início deu-se obviamente com o caminho até à partida, apanhar o dito comboio em Campolide. 
Uma palavra : catástrofe!
Ora falhei uns 3 comboios, não tenho outra forma de explicar, nem um dedinho era possível colocar naquele comboio.
Bom, ao quarto lá fiquei num lugar estratégico, mesmo em frente à porta e seria das primeiras a entrar, conforme entro fui atropelada por um carrinho de bebé, 2 vezes, ora como os queridos papás acharam que o carro não estava a entrar toca de fazer força e empurrar e a mer#@ do carro a dar-me mesmo ali nas canelas, até que lá soltei um grunhido e fiz uma cara nada amigável e os queridos lá entenderam, não sei.... 

Lá chegamos à paragem e foi toda uma peregrinação, claro que depois é tudo muito engraçado porque para descer para a ponte só dá pela laterais e cria-se um amontoado de pessoas que à primeira vista dá a entender que não anda.

Por esta altura comecei a desesperar com o xixi. Prossegui até à minha Zona, já tinha avistado umas quantas wc do lado da Mini as minhas não estariam longe, mas o certo é que não havia sinal delas, por instantes passei-me e irritei-me mas lá avistei 1, 2, 3, 4 e ... 4. Morri a rir! 4 wc para todo um mundo. Obviamente meti-me na fila e tinha só tipo 30 pessoas à minha frente, ainda aguardei um tempo considerável até olhar para o relógio e ver 15 minutos para a partida. Ignorei a situação e fui ao mato, 10.000 pessoas devem ter visto o meu rabiosque mas eu estava feliz e aliviada, por isso pouco me importava.

Como podem imaginar a linha da partida tem milhões de pessoas, coladinhas umas às outras, todo um calor humano a juntar ao dia de sol espetacular que se estava a pôr. Ia correr nas horas de mais calor, uiii e o que eu me dou bem com o calor para correr.

Partida!
Muitos atropelamentos, muitos encostos, muita gente parva, desculpem a manifestação pouco amigável mas no meio de muita gente boa também há muita gente parva e com zero respeito.
Ora, pisaram-me por trás, cuspiram-me para dentro dos ténis (já me bastava ter feito duas meias a chover a potes, agora a chapinhar porque a moça do lado não sabia cuspir a água para outro lado), levei empurrões, todas aquelas coisas giras que advêm de corridas desta amplitude.

No início durante a fase da ponte (depois de se fazer o 1º quilómetro e começar a correr mais à vontade) a coisa estava a dar-se, ia melhorar o meu tempo, estava a sentir-me bem, fiz 6km abaixo do que costumo fazer, saímos da ponte, demos uma voltinha ali no cais para seguir para a marginal e estava contente, continuava a fazer um tempo inferior ao normal, já tinha 8km, só pensava em como o pai ia ficar orgulhoso, ainda para mais no dia do pai.

O calor apertava, eu continuava a dar o meu máximo e começaram a vir as dores de pernas, burra! então claro a puxar mais do que era normal para mim, o calor tornava-se insuportável, parei em todos os abastecimentos, mandava uma garrafa de água pela cabeça abaixo, molhava bem a cara e os braços, dava sempre uns golinhos e fazia questão de deixar os lábios bem molhados porque normalmente corridas muito longas  deixam-me a boca seca e os lábios começam a colar-se.

A partir daqui as coisas já não estavam a ser maravilhosas e eu não largava o relógio a controlar o ritmo. Ia gradualmente baixando a velocidade e a pensar que já não ia ser um tempo perfeito para mostrar ao pai, as pernas já me estavam a doer e o calor... lá está, acho que comecei acima de tudo a quebrar psicologicamente. 

Heis que ao quilómetro 14 alguém se cola ao mim. Fiz cara esquisita, olhei de lado, reconheci a roupa e jeito de correr... Paizão!!! Veio acompanhar-me para terminar a prova, mas naquela altura já me sentia tão rota, ainda tentei dizer umas quantas coisas e ele obviamente mandou-me calar e focar na corrida.

Não havia hipótese. Parei em todos os abastecimentos, mas todos! Precisava tanto de água na minha vida. E quando digo parei é mesmo, parei. Bebia, molhava-me enquanto andava e não corria. A partir daí ia correndo 2km andava 100m e assim até ao fim, baixei exponencialmente o ritmo e a minha motivação desvaneceu. Senti-me triste porque iniciei a prova de uma forma tão boa que agora terminar de forma pior que as outras duas deixava-me de rastos...

O pai lá esteve, todo aquele tempo a torcer por mim e a fazer de fotógrafo, não cortou a meta comigo porque ele não estava inscrito, foi só acompanhar-me, mas mais do que a meta foi todo o percurso com a presença dele, estou deveras agradecida como de todas as outras vezes. 

Foi um dia do pai diferente !

Ficou feita e isso ninguém me tira.
Se foi com tempo mau?! Diria que cada um faz o que pode e consegue mas espero sinceramente que possa vir a melhorar estes tempos.






M.

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