Fazia
um tempão que não corria pelos Trilhos, se já sou uma coxa em estrada vocês
conseguem adivinhar como a coisa se dá nos trilhos, para não referir que sou
uma trapalhona e tropeço quase sozinha.
Não
sei como surgiu, talvez por andarmos a tentar persuadir o meu irmão a fazer
desporto, o mínimo possível e o que lhe tem calhado é fazer uma ou outra
corrida connosco… entretanto entre o vai - não vai, fomos!
Passámos
lá o dia de sábado, demos uma voltinha por Évora e seguimos para Monsaraz onde
demos uma volta pelo Castelo, que devo confirmar que tem uma vista incrível
e fomos à procura do local para levantar os dorsais. Gosto muito da tshirt,
verde e com o meu nome estampado e deram-nos também um porta-dorsais com o meu
nome e número de dorsal também estampado, gostei, mas sou ‘gaja’ é normal.
Ora,
dia da prova, dia de aniversário do meu irmão, primeira prova oficial do meu
irmão… não aconteceu. O miúdo tinha começado a fazer as suas pequenas primeiras
corridas fazia uma semana, pouco mais, ora chegou a véspera da prova e ele
informa que está cheio de dores no joelho. Não o iríamos forçar, não seria
benéfico em nenhum sentido, mas não deixou de ser uma pena.
A
coisa prometia chuva, e não era pouca, de início a coisa até parecia estar a
dar-se, chuviscou um pouco durante o aquecimento, as provas maiores arrancaram
e entretanto lá fomos nós.
Comecei
bem, achei que a altimetria teria sido exagerada, óbvio ao quilómetro 1 já ia
tudo a andar, uma subida enorme, sob chuva e piso escorregadio, naquelas pedras
de xisto (xisto?!)… Podia dizer que a coisa tinha melhorado, mas não, as subidas foram
muitas, a chuva era desconfortável, as descidas tinham que ser feitas com
especial atenção por causa da chuva, ainda fui de rabo ao chão em algumas mas
nada que não se aguente.
Os
metros antes do abastecimento foram uma seca, decidiram criar um estilo de
obstáculo, por mim tudo bem, mas não foi claramente bem previsto, ora
ficámos certa de 15 minutos totalmente parados, para que um a um lá fizesse o
obstáculo. Já eu tremia, com a minha falta de força de braços, o que seria,
ainda ia eu fazer mais trânsito… Heis que vejo a temível coisa! Era uma subida
por uma tábua de madeira, que tinha alguns relevos para o pé ter onde se
segurar e ainda o auxílio de uma corda para subir, não fui claramente aquela
gaja incrível que faz tudo com uma perna às costas, com execução e movimentos
espectaculares e merecedores de público, mas por favor, demorei 5 segundos… Não
percebi o drama e o porquê de 15 minutos de espera onde se acumulavam
os diferentes grupos e se perdia a vantagem ganha até ao momento.
O
resto da prova foi igual para mim, cinzento, seria a minha descrição. Cinzento
o céu, Cinzento o meu cérebro, Cinzento o chão… Tudo Cinzento.
O
tempo continuou no mesmo registo, de chuva, frio, escuro e as subidas
continuavam a não ajudar a façanha de fazer o meu primeiro Trilho oficial,
certamente o meu treino não ajudou a tornar a coisa mais agradável, mas fui
porque me faz bem e feliz (talvez não no
momento, mas depois).
Nem
quis acreditar quando chegámos, estava cansada e um tanto ou quanto deprimida,
agora só queria esperar pela chegada do meu pai, do Trilho de 22km, dar-lhe
força quando chegasse e tirar-lhe umas boas fotos, gosto muito de conseguir
tirar-lhe fotos à chegada!
Lá
chegou! Sempre que grito por ele, tenho direito a um sorriso de uma ponta à
outra, mas eu tinha que ter saído a alguém, ainda bem que foi a este cromo a
quem chamo de pai!
A
medalha era muito gira, feita em madeira, achei muito original e das mais giras
que tenho:
Mais
um obstáculo ultrapassado e ainda bem que o meu irmão não foi, acho que se ia
desmontar ao fim de uns metros.
M.
P.S.
– Como o tempo não estava favorável levei um impermeável, à chegada nem me recordei
da questão do dorsal à vista e essas coisas todas que eles chamam à atenção,
logo não me contabilizaram nos resultados… Questiono-me se um mero impermeável
fará com que o chip também não consiga ser lido….?!
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