quinta-feira, 22 de junho de 2017

CORRIDA SEMPRE MULHER – 5K – 02.04.2017

Não costumo ir a estas provas, não sei porque, nada contra, mas acho que foi a primeira que vez que me inscrevi numa corrida de ‘mulheres’ e foi porque uma amiga me persuadiu, iríamos juntas e pronto, eram só 5km, pertinho, tranquilo.
Ela não foi! Andei perdida ainda pelas zonas dela, Lisboa não é o meu forte para conduzir, não conheço nada, não conheço caminhos nenhuns, bom enfim… toda uma aventura. Ora, eu ligava e nada, eu esperava no sítio combinado e nada, pensei em não ir, tinha-me inscrito por ela e ela não dava sinais de vida, então tudo bem ia voltar para o meu lar, doce lar. Não! Ora, mas desde quando é que eu deixo de ir a uma prova porque vou sozinha?! Vamos!

Estacionei perto do metro do Alto dos Moinhos, tinha o passe, uma moedinha de €2 não fosse ser necessário, telemóvel, chaves do carro, pernas. Tudo Ok! Faltavam 30 minutos para a prova começar e eu ainda não estava lá, já estava em neura máxima, como de costume, toda uma agitação na minha pessoa nestes momentos. Cheguei a tempo claro, só eu é que faço todo o filme antes dos momentos.

Toda uma avenida minada de cor-de-rosa, lamento não fazer parte da maioria, mas o cor-de-rosa não é uma cor que me faça feliz. Estava quase na linha da frente, também não é normal, costumo estar mais para trás para evitar atrapalhar os outros, mas tudo bem, estava sozinha, ia tentar curtir a prova e despachar-me para evitar as confusões do metros e chegar a casa descansada.

PARTIDA!

Ok, comecei bem, controlar a respiração, esta parte é toda a subir. Aguentar esta parte é o principal. Começaram a vir as contas de cabeça, acho que já tinha referido noutro post que quando corro penso em mil coisas, receitas para fazer, contas para quantos quilómetros faltam, contas para calcular o ritmo e os tempos que posso fazer, pois já estava nessa fase e ainda agora tinha começado. A corrida é ida e volta, ou seja os primeiros 2,5 quilómetros serão sempre a subir e depois é tudo a descer… Boa! Estou a fazer 6 e pouco minutos por quilómetros. E estou a subir. Controla a respiração! 6:17min/km! 6:13 min/km! 6:07min/km! 6:20min/km! Aguenta Mafalda! Já estava a chegar à zona do Saldanha, pior parte já estava feita, tinha começado a baixar a velocidade, bolas! Ia começar a descer, mas bolas tinha mais uma mini subidinha, não sei se os meus pulmões iam aguentar aquilo, mas tinha que ser! Lá continuei, não parei para beber água, fugia do sol sempre que podia, mesmo assim entre os prédios ainda apanhei umas boas sombras o que foi uma sorte pois estava a ficar um calor parvo. Estava a começar a parte a descer. 6:13, 6:12, 6:11… Boa, boa Mafalda! Continua! 6:01, 6:00, 5:59, 5:58… Estava a ganhar velocidade, tinha que continuar, por este andar ia terminar os 5km abaixo de 30 minutos, ia ser o meu recorde pessoal, ia ter uma corrida em que o ritmo ia marcar abaixo de 6:00 min/km. O relógio já marcava ritmo abaixo de 5:30 min/km, começava a sentir-me estafada, os meus pulmões estavam a latejar, a minha garganta sabia a sangue, começava a ouvir a minha pieira, olhei para o meu relógio e chegou a marcar ritmo de 4:53 min/km, estava incrédula, mas compreendia a pieira, a asma a tentar vencer-me à força e quando verifiquei novamente o relógio estava a reduzir o ritmo, estava a bater outra vez nos 5 minutos e outros tantos segundos… Não! Já estava a ver a meta, não ia desistir agora, entretanto umas poucas mulheres passaram-me e eu tentei ao máximo recuperar, faltava menos de 1 quilómetro, um último esforço e batia um recorde pessoal. Não fui aos 4 minutos outra vez, mas não passei dos 6 minutos e cruzei a meta com uma média de 5:57 min/km, que para uns quantos é ridícula para mim foi uma vitória e cheguei completamente de rastos e ofegante.

Estava sozinha, acabei a prova, peguei na água que me deram no final e ia embora. Depois pensei, calma, vim sozinha mas acabei de correr, está um tempo incrível, deram-me uma barrita e um pacote de leite, vou respirar e descansar um pouco antes de ir para casa. Lá me encostei a um muro, perto do metro, à sombra e com um balão que me ofereceram e descontraidamente lá mandei a minha barrita abaixo!

Consegui socializar com duas senhoras de idade, muito simpáticas e brincalhonas e cheias de garra para continuarem a fazer estas actividades ainda que muito vagarosamente! Ficámos de nos encontrar para o ano, quem sabe…



M.

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