domingo, 10 de fevereiro de 2019

Quando fazes análises ao passado ...

Quando fazes análises ao que se passou... quando olhas para trás... ainda sabendo que nada vai mudar, que nada podes fazer... Este fim de semana, depois de uma semana bastante atribulada e que inclusive senti necessidade de pedir um dia, para respirar, para me acalmar e finalmente percebi que tinha deixado de fazer tudo o que gostava, tinha-me desleixado, tinha deixado de pensar em mim.

Hoje andei pelo strava, andei a analisar a falta de treinos, a analisar os tempos, os meus zero feitos ... deparei-me com um ano 2017 muito bom, com muitas provas, com conquistas, com uma determinação e motivação diferentes. Não sei se posso culpar a mudança de país, mudança de vida, mudança de muita coisa entretanto...

Ficam as análises:




Uma diferença de cerca de 700 km de um ano para o outro... isso e mais uns quilos que se juntaram à festa (gostava de dizer que os mesmos não foram convidados, mas tenho que ser sincera sobre o que andei a meter no 'bagulho' pelo que a culpa é toda minha).

Quando troquei de cliente em Junho recomecei a correr, porque eles têm balneários e eu aventurava-me à hora de almoço. Entretanto em Agosto fiquei sozinha devido às férias dos meus colegas e fiquei com bastantes coisas para gerir, pelo que deixei novamente de correr. Ali em Setembro entra uma Meia Maratona com zero preparação, logo de seguida, após 2 semanas senão me engano, meti-me em mais 20 km onde o único treino foi basicamente a Meia e finalmente, tendo me inscrito em mais uma Meia Maratona com os colegas de trabalho, achei que por bem, 2/3 semanas antes da prova devia fazer o mínimo de treinos possível, onde o mais longo foi 14 km. 
Entretanto as coisas voltaram a complicar-se no trabalho com um atraso de entrega do nosso projecto, pelo que o ambiente está pesado e complicado e eu nunca saio antes das 19h30, pelo que o meu ser anda cansado e enervado (fora 10.000 mil acontecimentos de carácter pessoal que não ajudam em nada).

Ainda assim, sobre 2018, sobre a minha loucura, tenho os 3 relatos a fazer-vos, das aventuras em que me meti sem treinos, porque decididamente sou louca e teimosa.

A relatar-vos :
  • Semi Disneyland 2018 - Setembro 2018
  • 20km Paris - Outubro 2018
  • Semi de Boulogne - Novembro 2018


M.

sábado, 9 de fevereiro de 2019

voltar...


Faz tanto tempo…

Tenho tantas saudades de tantas coisas…

Sei que faz muito tempo quando escrever num teclado querty se torna difícil e irritante, eu que passo a vida a dizer mal dos teclados azerty pois não têm os acentos todos para quando quero escrever em português.

O ano 2018 não foi claramente o meu ano de eleição. E não fica fácil quando estamos longe dos nossos. Muita coisa mudou.

Corridas é igual a zero. Se fosse possível dava mesmo valores negativos.

Hoje “bateu-me”! Saudades da motivação, da sensação pós corrida, das conquistas pessoais.

Hoje fui correr.

Foi triste, devastador, desmotivador… poderia enumerar mil adjectivos negativos, mas acho que ficou a ideia.

Fiz 5km em 43min.

Mas sabem que mais… quando parei, senti algo bom dentro de mim, senti mais energia positiva dentro de mim, senti-me bem, senti-me mais leve, senti-me feliz. No fundo lembrei-me porque corria, porque me dava gosto, porque me ajudava.

Voltar a ganhar hábitos é difícil, aqui principalmente, quando as temperaturas são negativas e neva. Mas vou fazer um esforço, vou lembrar-me do ‘feeling’ de hoje e pensar em fazê-lo só para voltar a ter essa sensação de leveza, de satisfação.

M.

sábado, 30 de junho de 2018

10 KM PARIS ADIDAS - 10 KM - 10.06.2018 (2ªparte)

Como em todas as provas, obviamente umas mais do que outras, stress. Sempre o stress de ter medo de adormecer (mesmo que nunca tenha acontecido sequer para o trabalho), o stress de ir à casa de banho, de comer algo sem que me dê a volta à barriga... tudo isso faz com que a minha noite seja feita de pequenos sobressaltos em que vou acordando de 2 em 2 horas no receio de me ter deixado ficar.
Às 8h não deixei o alarme tocar e acabei por me levantar, tendo em conta que ia partir no último bloco a hora de partida seria às 11h pelo que estava mais do que dentro do tempo. Mandei goela a baixo uma torrada com doce de frutos vermelhos e um café, ainda estive de volta do ipad tranquilamente e como por magia a ida à casa de banho sucedeu-se (desculpem mas é tão raro que aconteça quando ainda estou em casa que a felicidade é enorme e tive que partilhar), daí estava basicamente tudo feito, tinha preparado tudo no dia anterior, foi só vestir, lavar dentes e pronta para sair.
Os transportes foram tão tranquilos que cheguei às 10h23, o que significa apanhar seca até a corrida começar.
Como sempre em Paris, a meteorologia é coisa manhosa, estava cinzento, encoberto com previsão de trovoadas (secas) e uns absurdos 28º graus. Paris é uma cidade cheia de poluição e isso faz-se sentir bastante, o ar estava pesado e tornava-se difícil de respirar, mas eu já estava no meio daquela confusão, já tinha pago e tinha um dorsal que me pertencia, pelo que estava ali para terminar os 10 km.
A partida deu-se poucos minutos depois das 11h, fui seguindo o "bandeirinha", durante algum tempo mantive sempre a mesma distância dele, não olhei para o relógio, não queria ver tempos, por instantes achei que estava a ir bem...
Comecei a sentir o cansaço, a respiração também não estava a 100%. Parei. Andei. Andei. Alguém me deu um toque no ombro de coragem e lá ganhei uma força e segui mais uma vez.
'Abastecimento em 200metros' - li.
Precisava tanto, estava muito abafado, doíam-me as pernas, custava-me a respirar. Assim que parei para agarrar as águas, entrei em aflição, parecia um ataque de pânico, não estava a conseguir respirar, comecei a ofegar e a entrar em desespero, deu um gole e tentei acalmar-me, mas pareceu-me pior depois da água, mas tentei controlar o desespero e andar e tentar respirar calmamente.
Andei durante uns quantos metros, alguém me deu um toque nas costas, mais uma vez em jeito de força e lá dei por mim a tentar novamente, as pernas nem se estavam a queixar muito mas a respiração não estava fácil, o ar pesado também não estava a ajudar, como no abastecimento apanhei 2 garrafas, com a segunda aproveitei e molhei a cara, braços, ombros e o peito, soube bem e ajudou a acalmar-me.
Para quem não treina faz tempo, obviamente que sabia que ia ser difícil, pelo que o resultado foi o esperado, caminhei bastantes vezes, tentava correr mas como a respiração teimava em não acalmar acabava por caminhar, os quilómetros foram passando lentamente e perto do fim, no quilómetro 8 quando estava a caminhar, mais alguém me deu a mítica palmadinha no ombro e lá segui até cortar a meta.

10km feitos depois de não sei quanto tempo.

Quando passei a meta precisei mesmo de parar e respirar, mãos nos joelhos e ofegante, tentava encontrar o equilíbrio, não podia ficar naquela posição muito tempo pois não me faz bem depois do esforço, por isso caminhei lentamente até à saída, apanhei a minha medalha (gira por acaso), uma banana, 2 garrafas de água e segui caminho à procura do comboio/metro mais perto.

Sentia-me bem. Que saudades desta sensação!! Cheguei a casa e sentia-me feliz, mesmo não tendo sido uma prova excepcional, muito pelo contrário, mas sentia-me extremamente bem e feliz!






M. 

segunda-feira, 25 de junho de 2018

10 KM PARIS ADIDAS - 10 KM - 10.06.2018 (1ªparte)

Já fazia um tempo... o ano passado foi provavelmente dos anos que participei em mais provas e adorei.

A verdade é que toda a mudança de vida de certa forma também, talvez mais cabisbaixo e por consequência a falta de vontade é enorme, não esquecendo que quando ainda fazia um esforço para manter os meus hábitos houve neve, muito frio e acabou por desvanecer toda a vontade que ainda restava... ficou o medo.

Medo ? - perguntam.

Sim, ganhei medo, medo de sair e de ficar cansada, de ver a minha velocidade ainda pior do que o que era, medo da respiração ofegante e de não controlar a asma, medo de querer correr 10km e de não aguentar nem 1km.

É, sei. Parece muito estúpido.

Entre as mil mudanças da minha vida, vai mais uma só para desestabilizar um pouco mais e lá mudo de cliente, a minha missão anterior não ia de encontro às minhas expectativas (já nem sei quais são elas) e pedi à minha manager para trocar de missão.

Deu-me um ataque de pânico no meio de tanto nervosismo e pensei que o que me poderia ajudar a superar tudo seria inscrever-me numa prova.

Mal ou bem iria correr, sei que o facto de estar na prova me iria forçar a terminar, mesmo que tivesse que andar, mesmo que criasse bolhas, que uma unha me caísse, mil e umas desgraças juntas mas eu sei que terminaria, nem que fosse por causa da logística estudada para voltar para casa.

Inscrição feita:
10 km Paris Adidas
+1h05
Equipa : Grand Paris

M.

sexta-feira, 15 de junho de 2018

Vida de emigrante...


Já se passou meio ano, mais do que isso até, nem sei como, de certa forma passou a correr por outro lado houve momentos que pensei que o tempo não andava.


Pensei que com o tempo fosse chamar isto de ‘casa’, até agora não aconteceu.



Há mil e um motivos para que não o seja.



A verdade é que quem nunca partiu e fala de emigração não compreende o quanto abdicamos. Muitos dirão que partiram e que foi uma tranquilidade - não julgo -ainda assim acredito que existam diversos factores para contribuir para esse ‘sucesso’. Talvez eu não tenha tido essa sorte.



A verdade é que tenho aqui o meu miúdo, que é um apoio incansável e muito meu amigo e sei que parece ingrato quando digo que não chega. Mas a verdade é que é meio agridoce, estou bem com ele e estou confortável financeiramente, há regalias aqui que não existem em Portugal, a Universidade pública aqui é gratuita tirando a inscrição que deve rondar os 200€ nem tanto, a nível de contribuição para a saúde também é relativamente melhor, os transportes são mais baratos e de melhor qualidade (ainda que já não possa com eles)... etc... etc... a verdade é que sou feliz de mini na mão sentada na praia a ver o por-do-sol com os meus, a sentir a sol tocar-me na cara, dar gargalhadas altas e felizes, ir mandar um mergulho e perder as cuecas do biquini nas ondas selvagens da minha bela praia grande.



Sabem aquelas pessoas que gozam com os emigrantes, o quando gritam pelo seu país de origem e que são os típicos ‘labregos’. Eu sei, sempre gozei com eles (ainda gozo), o certo é que me tornei quase isso. Desde decidir ir fazer uma corridinha e deparar-me com um Rancho Folclórico e perceber à distância que aquilo era do Meu país e parar para assistir, ficar lá até terminar, sem saber a que horas seria, rir das bacuradas e do português mal falado, mas ficar e sentir um aperto no coração. Todo este tumulto graças a um rancho folclórico o qual nunca dei valor e não tenho qualquer interesse (à excepção quando é a minha família).



E se vos falar do Euro Visão. Nunca assisti ao programa, normalmente apenas no dia a seguir fazia umas pesquisas para ver os melhorzitos, quem ganhou e coisas assim. Este ano foi diferente. O Euro Visão era em ‘casa’, Meu país! Conhecia todas as anfitriãs, dava-me prazer só de olhar para elas ainda que estivessem a falar em inglês, aquela energia e boa disposição portuguesa, não tem como não contagiar. E o pior veio depois, o virar uma Maria Madalena sem perceber como... heis que começam a dar os pontos e entre os vários apresentadores houve pelo menos três que eram emigrantes ou de origem portuguesa, já não me recordo dos países, neste momento só me lembro da Austrália, mas recordo-me que cada um deles fez questão de falar a nossa bela língua portuguesa e eu fiquei ali no sofá, de cara lavada em lágrimas e com um coração pequenino.



É isso, o meu coração aqui está pequenino. E dói.



M. a asmática emigrante

quinta-feira, 1 de março de 2018

Tentativas falhadas...

Ora bem... ainda sonhei, sonhei que a notícia que publiquei aqui há uns dias (a publicação anterior a esta) fosse falsa, ou exagerada...

Tentei ganhar força para correr, a semana passada por duas vezes tirei o rabo da cama às 6h da manhã e ainda consegui dar uma voltinha, já esta semana...

4ª feira (ontem)

Despertador tocou às 6h, estava com a preguiça no máximo, mas lá me mexi toda confiançuda, peguei no telemóvel e vi bem escrito -7º ! Oh meus amigos, calma com a brincadeira! Lá fiquei pela cama  mais uns quantos minutos, pensei que ao final do dia a coisa estivesse melhorzinha...
Como vida de adulto tem coisas chatas, o trabalho foi complicado ontem, pelo que nem consegui fazer pausa para almoçar, quando finalmente despachei as situações complicadas heis que o Outlook me notifica para uma reunião... conclusão : Não Almocei!
Pensei comprar um chocolate e fui com a minha moedinha, fazer um cházinho quentinho e comprar o meu devido chocolate, mas pelo caminho achei que não merecia e que não o devia comer...
Acontece que como não almocei, não lanchei, com a garganta cheia de dores e a ficar com expectoração*... jantei uma pizza e adormeci às 21h.


* Explico que o ficar adoentada obviamente se deve ao frio proporcionado pela nossa amiga Rússia, mas também ao exagero de aquecimento nos edifícios e transportes.
Uma pessoa sai de casa e sente-se na Islândia, entra no autocarro parece que está no Vale da Morte, Califórnia, calor e as pessoas a quererem matar-se umas às outras – primeiro desafio ultrapassado -, sai do autocarro faz uma pequena caminhada pela Mongólia até entrar no comboio onde faz uma breve viagem pela Etiópia, próximo do vulcão Dallol, após 1 breve paragem, com direito a uma passagem pela Gronelândia durante a passagem de um comboio para o outro, novo comboio, nova viagem até Austrália com as suas vastas florestas tropicais, que entre casacos, infinitas camisolas e echarpes, quase que se vira a boneca. Para terminar, última estação do comboio, uma marcha de 10 minutos pela Antártida e com chegada ao destino final – pelo menos durante 9 horas  - Deserto do Saara! com possibilidade de flutuações de temperatura, consoante o ‘mood’ dos meus colegas queridos.

Conclusão : Garganta inflamada, Expectoração, Falta de energia

PS – Informo que recorri ao Google para informações de Geografia vs Mais quentes vs Mais frios, que infelizmente a minha Geografia é um pouco nula devo dizer.

5ª feira (hoje)

Tendo em conta que adormeci que nem um patinho ontem, às 5h40 de hoje estava desperta e a ganhar confiança para ir correr... mas -4º. Damn it! Heis que me levanto, vou até à cozinha e sem querer olhar pela janela, graças à nossa fantástica visão periférica, vislumbrei um manto branco. O cérebro demorou a processar a informação, mas lá se dignou a olhar e lá está! Neve em todo o lado. Esqueçam.

Para continuar a minha maré de sorte, no domingo deixei as minhas botas mais quentinhas e confortáveis na varanda porque pisei cócó (merda mesmo! bolas para a minha maré de azar) e a preguiça de limpar aquela badalhoquice fez com que hoje me rogasse pragas, lá estavam elas, na varanda, com neve...


Vida : 1 - M. : 0

M.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Vaga de frio Moscou-Paris

Não sei se mereço, se calhar sim, mas dá para pararem com esta brincadeira do frio?! Ainda nem completei os 6 meses desde que mudei a minha vida (drasticamente) para vir habitar este País da cidade do Amor (agora não penso isto, mas são pormenores...) e não é que este ano se batem recordes por aqui?! Mas não são dos bons, são frios, gélidos, complicados, que atrapalham o dia a dia de uma pessoa.

Ora, amanhã aparentemente vai ser o dia mais frio em França desde sei lá eu quando... chamam-lhe o fenómeno Moscou-Paris, um frio glacial vindo ali da 'amiga' Rússia, com temperaturas aqui na minha zona a chegarem aos -10º com uma sensação térmica de -15º, brincadeiras engraçadas estas...

Estou aqui na minha 'pausa' no trabalho a ver as notícias cheia de alegria (só que não!).


Vague de froid : attention, le « Moscou-Paris » est là

«C’est un froid sibérien qui gagne la France à partir de ce dimanche et au moins jusqu’au milieu de la semaine.

On l’a senti arriver, ça y est, il est là. Le « Moscou-Paris », qui nous vient tout droit de Sibérie gagnera la France ce dimanche après-midi. Les températures battront des records hivernaux avec jusqu’à -10°C, ressenti -18°C.»



França vive onda de frio siberiano

«A França enfrenta nesta semana uma onda de frio, com temperaturas que podem atingir até dez graus negativos. A sensação térmica poderá chegar a menos 18 graus em algumas regiões. O motivo é um fenômeno conhecido como "Paris-Moscou", uma massa de ar polar que vem da Sibéria.

A frente fria chegou à França neste domingo, vinda do nordeste do continente, e se instala graças à presença de um anticiclone no norte da Europa e da baixa pressão no Mar Mediterrâneo. Esses dois fatores provocaram a aparição de um corredor de vento polar entre a Rússia e o leste europeu.
De acordo com o serviço de meteorologia francês, terça-feira será o dia mais frio no país desde 2012.»



E correr com este frio?! Na semana passada, antes de saber desta novidade fresquinha, saí às 6h15 para uma corridinha de 5km, as minhas bochechas congelaram, os meus pulmões quase que iam pelo mesmo caminho. A minha preguiça vai de mão dada com este frio, fica muito difícil fazer-me à estrada assim.



M.